RÓGER RUFFATO
SERRA NA ROTA
Operação da Polícia Federal prendeu ontem, em Bento Gonçalves, homem de 73 anos suspeito de integrar uma quadrilha internacional
Um empresário de 73 anos, preso ontem, em Bento Gonçalves, seria o principal elo da Serra com o tráfico internacional de entorpecentes. A suposta ligação entre o empresário e o narcotraficante Aristides Ayala Elizeche, 42 anos, sediado em Ciudad del Este, no Paraguai, era investigada há cerca de sete meses pela Polícia Federal (PF). Conforme a investigação, o homem era responsável pela importação de maconha e cocaína vindas do país vizinho e também atuava como uma espécie de avalista, ao determinar quem poderia revender a droga na Serra.
– O homem tem uma empresa de móveis e aproveitava a importação de resíduos plásticos recicláveis, que utilizava como matéria-prima, para trazer a droga em fundos falsos de caminhões. A influência dele era tanta com o traficante, a ponto de determinar quem poderia ou não revender a droga na região – detalhou o delegado da PF em Caxias, Noerci da Silva Melo.
Durante as investigações, a PF juntou imagens do empresário em visita à casa do traficante em Ciudad del Este. Ayala é um narcotraficante foragido do sistema prisional brasileiro e procurado pela Interpol. Ele também foi preso pela polícia paraguaia na manhã de ontem.
Entre os traficantes encarregados de distribuir as drogas para outros municípios da Serra estavam dois irmãos, também de Bento Gonçalves, de 47 e 37 anos. Eles faziam parte de um seleto grupo de distribuidores escolhidos a dedo pelo conterrâneo, segundo a PF.
Na casa dos traficantes também foram apreendidos meio quilo de cocaína, uma grande quantidade de armas (não catalogadas até a tarde de ontem) e oito quilos de explosivos. O delegado não descarta a hipótese do artefato ter relação com os arrombamentos a caixas eletrônicos. Um Uno e duas caminhonetes também foram apreendidos.
O empresário e os distribuidores dos entorpecentes seriam encaminhados ainda ontem ao Presídio Estadual de Bento Gonçalves, onde permanecerão à disposição da Justiça. Durante toda investigação, foram apreendidos 600 quilos de cocaína e maconha supostamente relacionadas ao bando.
A Polícia Federal não revelou os nomes dos brasileiros presos.
Um empresário de 73 anos, preso ontem, em Bento Gonçalves, seria o principal elo da Serra com o tráfico internacional de entorpecentes. A suposta ligação entre o empresário e o narcotraficante Aristides Ayala Elizeche, 42 anos, sediado em Ciudad del Este, no Paraguai, era investigada há cerca de sete meses pela Polícia Federal (PF). Conforme a investigação, o homem era responsável pela importação de maconha e cocaína vindas do país vizinho e também atuava como uma espécie de avalista, ao determinar quem poderia revender a droga na Serra.
– O homem tem uma empresa de móveis e aproveitava a importação de resíduos plásticos recicláveis, que utilizava como matéria-prima, para trazer a droga em fundos falsos de caminhões. A influência dele era tanta com o traficante, a ponto de determinar quem poderia ou não revender a droga na região – detalhou o delegado da PF em Caxias, Noerci da Silva Melo.
Durante as investigações, a PF juntou imagens do empresário em visita à casa do traficante em Ciudad del Este. Ayala é um narcotraficante foragido do sistema prisional brasileiro e procurado pela Interpol. Ele também foi preso pela polícia paraguaia na manhã de ontem.
Entre os traficantes encarregados de distribuir as drogas para outros municípios da Serra estavam dois irmãos, também de Bento Gonçalves, de 47 e 37 anos. Eles faziam parte de um seleto grupo de distribuidores escolhidos a dedo pelo conterrâneo, segundo a PF.
Na casa dos traficantes também foram apreendidos meio quilo de cocaína, uma grande quantidade de armas (não catalogadas até a tarde de ontem) e oito quilos de explosivos. O delegado não descarta a hipótese do artefato ter relação com os arrombamentos a caixas eletrônicos. Um Uno e duas caminhonetes também foram apreendidos.
O empresário e os distribuidores dos entorpecentes seriam encaminhados ainda ontem ao Presídio Estadual de Bento Gonçalves, onde permanecerão à disposição da Justiça. Durante toda investigação, foram apreendidos 600 quilos de cocaína e maconha supostamente relacionadas ao bando.
A Polícia Federal não revelou os nomes dos brasileiros presos.
Cartel é derrubado
Bento Gonçalves era um dos principais destinos de cocaína e maconha fornecidas por cartéis de traficantes paraguaios. A cidade serrana foi incluída em uma série de mandados de busca e apreensão e prisões envolvendo narcotráfico internacional cumpridos na manhã de ontem pela Polícia Federal (PF). As duas operações – a Antares, feita pela delegacia de Caxias do Sul, e a Monte Alegre, realizada pela delegacia de Itajaí (SC) – repercutiram ainda no Paraná e no Paraguai.
Na Serra gaúcha, foram cumpridos pelo menos 14 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão. Além de Bento, a operação concentrou as buscas nos municípios de Santa Tereza, Muçum, Marau e Guaporé. Apenas uma prisão requerida pela PF de Caxias deixou de ser efetuada.
– A Serra é procurada pelos grandes traficantes por ter um mercado que consome muita cocaína. Além disso, o público é exigente e compra só se for de boa qualidade (sem adição de muitas substâncias) – contextualiza o delegado da Polícia Federal em Caxias, Noerci da Silva Melo.
Já em Santa Catarina, 12 pessoas foram presas.A polícia paraguaia também cumpriu mandados e estourou um laboratório para o refino de cocaína, chefiado por Ayala.
Bento Gonçalves era um dos principais destinos de cocaína e maconha fornecidas por cartéis de traficantes paraguaios. A cidade serrana foi incluída em uma série de mandados de busca e apreensão e prisões envolvendo narcotráfico internacional cumpridos na manhã de ontem pela Polícia Federal (PF). As duas operações – a Antares, feita pela delegacia de Caxias do Sul, e a Monte Alegre, realizada pela delegacia de Itajaí (SC) – repercutiram ainda no Paraná e no Paraguai.
Na Serra gaúcha, foram cumpridos pelo menos 14 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão. Além de Bento, a operação concentrou as buscas nos municípios de Santa Tereza, Muçum, Marau e Guaporé. Apenas uma prisão requerida pela PF de Caxias deixou de ser efetuada.
– A Serra é procurada pelos grandes traficantes por ter um mercado que consome muita cocaína. Além disso, o público é exigente e compra só se for de boa qualidade (sem adição de muitas substâncias) – contextualiza o delegado da Polícia Federal em Caxias, Noerci da Silva Melo.
Já em Santa Catarina, 12 pessoas foram presas.A polícia paraguaia também cumpriu mandados e estourou um laboratório para o refino de cocaína, chefiado por Ayala.
Conexão Interior
Oque os tratados do Mercosul e o esforço diplomático não tinham conseguido, as rajadas de balas das organizações criminosas brasileiras estabelecidas no Paraguai conseguiram: unir a Polícia Federal (PF) e a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad).
As operações deflagradas nesta terça-feira são um marco no trabalho conjunto das duas forças policiais. Os bandidos, de ambos os lados, há muito a transformaram em um território comum. Em decorrência disto, as quadrilhas simplesmente se mesclaram e passaram a agir nos dois países. O auge desta situação aconteceu em 2010. Na época, o senador paraguaio Roberto Acevedo foi metralhado em uma das ruas de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. O senador sobreviveu ao atentado.
Na avenida que separa as duas cidades, os então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo firmaram um acordo para combater o crime. Temiam uma união entre os bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo de radicais que se misturaram a bandidos e protegem plantadores de maconha. Um dos presos foi gerado neste ambiente: Aristide Ayala Elizeche, que constava na lista de procurados pela Interpol (foto abaixo). Ele opera um sistema criminoso que inunda as pequenas e médias cidades do RS e de Santa Catarina com drogas, armas, munições e explosivos. É a chamada Conexão Interior.
CARLOS WAGNER